O Incidente de Shibuya não foi apenas um arco de anime; foi um evento. O Studio MAPPA entregou uma das temporadas mais espetaculares e brutais da história recente, elevando o padrão de animação e narrativa a um nível estratosférico. A aclamação foi universal, mas com ela veio uma pressão gigantesca para o que viria a seguir.
E agora, todos os olhos se voltam para o futuro: o Jogo do Abate (The Culling Game). Um arco do mangá ainda mais ambicioso, sangrento e complexo que o próprio Shibuya. As expectativas dos fãs estão no teto, esperando que a MAPPA se supere mais uma vez.
Mas, em meio a toda essa euforia, uma teoria perigosa e surpreendentemente lógica começa a ecoar entre os analistas e fãs mais fervorosos: a de que o formato tradicional de uma temporada de TV pode, na verdade, estar destinado a arruinar o próximo capítulo da saga.
E há um forte argumento de que apenas um formato específico pode não só salvar o arco, mas transformá-lo em uma obra-prima.
Um ‘battle royale’ complexo demais para episódios semanais
Diferente de Shibuya, que teve um foco geográfico mais contido, o Jogo do Abate é um caos em larga escala. A trama se desenrola em várias “colônias” diferentes, com múltiplos personagens engajados em batalhas mortais ao mesmo tempo.
Temos Yuji, Megumi, Maki, Yuta e Hakari, todos seguindo caminhos distintos e enfrentando inimigos diferentes simultaneamente.
Adaptar essa estrutura para um formato de episódios semanais é um pesadelo logístico e narrativo. O risco de um ritmo quebrado, com saltos constantes entre as tramas, é imenso.
Isso pode gerar uma enorme “fadiga de arco”, onde a história parece se arrastar e o impacto emocional de cada luta é diluído. Manter a tensão e a coerência seria um desafio quase impossível.
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A solução no cinema: orçamento maior e ritmo perfeito em Jujutsu Kaisen
É aqui que a teoria ganha força. E se o Jogo do Abate fosse adaptado não como uma temporada, mas como uma série de filmes? A ideia, que a princípio parece radical, resolve todos os problemas.
Um filme exige um roteiro enxuto e focado. Não há espaço para enrolação ou “fillers”; cada cena precisa ter um propósito, mantendo o ritmo acelerado e a tensão no máximo.
Além disso, um lançamento cinematográfico significa um orçamento muito maior. Isso permitiria à MAPPA elevar ainda mais a qualidade da animação, transformando as batalhas mais aguardadas – como a luta insana entre Kinji Hakari e Hajime Kashimo – em espetáculos visuais de tirar o fôlego, com uma qualidade que simplesmente não é viável para uma produção semanal de TV.
A prova de fogo: o sucesso bilionário de Jujutsu Kaisen 0
A MAPPA não precisa procurar longe para encontrar um caso de sucesso. Jujutsu Kaisen 0 não foi apenas um filme, foi um evento global.
A produção arrecadou a impressionante marca de mais de 196 milhões de dólares mundialmente, provando que existe um apetite gigantesco do público para ver Jujutsu Kaisen nas telonas.
O filme demonstrou que o estúdio sabe como criar uma história contida, emocionante e visualmente deslumbrante no formato de longa-metragem.
Aplicar essa mesma fórmula ao Jogo do Abate não seria apenas uma escolha segura, mas a decisão mais inteligente para preservar a integridade e o impacto de um dos arcos mais importantes da obra.
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Filme vs. Temporada: Por que o cinema venceria?
- Ritmo: Um filme oferece uma narrativa focada e direta, contra o risco de um ritmo lento e confuso na TV.
- Animação: Orçamento de cinema para batalhas épicas, superando a (já alta) qualidade da série de TV.
- Impacto: A emoção das mortes e vitórias seria concentrada e muito mais poderosa em um filme.
- Estrutura: Ideal para condensar as múltiplas tramas do arco de forma coerente, talvez em uma trilogia de filmes.