A parte dois com três episódios da temporada final de Stranger Things já está disponível na Netflix. Esse ano vamos nos despedir de Hawkins e personagens icônicos de uma das séries mais populares da Netflix.
A série foi criada pelos irmãos Matt Duffer e Ross Duffer conhecidos como The Duffer Brothers. Ao assistir Stranger Things encontramos referencias a diversas obras dos anos 80, inclusive as produções japonesas.
Muitas pessoas associam Stranger Thins a Akira um filme de anime lançado em 1988, ambientado em uma Neo-Tóquio caótica, que acompanha crianças usadas como cobaias para desenvolver poderes psíquicos que conseguem de destruir cidades inteiras quando fogem do controle.
Entretanto, durante uma entrevista em 2026 Matt Duffer, disse que, na verdade, a inspiração de produções japonesas vem de oura obra, a referência mais recente e direta foi Elfen Lied, anime de 2004 inspirado no mangá de Lynn Okamoto.
Quem viu Elfen Lied viu muito do anime em Stranger Things, é impossível não fazer uma ligação entre Lucy e Eleven. De acordo com Matt Duffer, Elfen Lied parecia uma versão brutal e distorcida de E.T., misturando inocência e horror de forma impactante.
Essa combinação de fragilidade, poderes fora de controle e experimentos científicos acabou servindo como base para a construção de Eleven, personagem que sintetiza bem a herança de Akira filtrada pela abordagem mais direta Elfen Lied.
As polêmicas em torno de Elfen Lied

Elfen Lied aborda temas muito extremos e não suaviza absolutamente nada, ele tem violência gráfica, cenas impactantes que causaram forte rejeição em parte do público e da crítica que achavam o anime perturbador demais.
A nudez frequente de Lucy também gerou debates, já que embora o autor defenda um uso simbólico ligado à vulnerabilidade e à desumanização, muitos enxergaram como desconfortável ou excessiva.
É impossível negar que a história é realmente brutal e fica divida entre aqueles que gostam da obra e entendem sua narrativa e aqueles que a rejeitaram totalmente. As polêmicas foram tantas, que ele chegou a ser proibido em diversos lugares do mundo, como na China, onde até hoje faz parte do grupo de animes proibidos oficialmente no país.
De certa forma, até quem gostou da obra ficou um pouco decepcionado, já que o anime é uma adaptação do mangá de Lynn Okamoto, mas tem um final próprio, que é aberto e ambíguo, não respondendo claramente o destino de Lucy.
Isso aconteceu, porque o final do anime e do mangá são diferentes, afinal a adaptação do anime chegou ao fim em 2004 após 13 episódios e o mangá foi finalizado depois, encerrando a história de forma bem mais conclusiva e coerente com os temas da obra.
Particularmente, assisti a Elfen Lied em 2006 e me lembro de ter ficado impactada. É um anime emocionalmente intenso, que não tenta agradar nem suavizar sua narrativa; pelo contrário, expõe traumas, solidão e rejeição de forma direta e desconfortável, criando uma conexão poderosa com quem se reconhece nesses sentimentos. Mesmo que eu goste do anime, é impossível ignorar que se trata de uma obra definitivamente inadequada para crianças ou adolescentes.
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A história de Elfen Lied

Lucy pertence a uma rara mutação humana conhecida como Diclonius, marcada por pequenos chifres e braços invisíveis capazes de mover e destruir tudo ao redor. Por causa disso, ela passa a vida presa em experimentos brutais conduzidos pelo governo, tratada mais como objeto do que como pessoa.
Quando surge a chance de fugir, anos de dor e isolamento explodem em uma sequência violenta, deixando um rastro de morte para trás. Durante a fuga, um ferimento grave na cabeça fragmenta sua mente, revelando uma personalidade infantil, frágil e quase incapaz de se comunicar.
Perdida e vulnerável, ela cruza o caminho de Kouta e de sua prima Yuka, dois universitários que decidem ajudá-la sem imaginar quem ela realmente é. Esse encontro casual arrasta os dois para uma realidade sombria, onde segredos de Estado, perseguição e tragédia passam a fazer parte de suas vidas.


