My Hero Academia se tornou um dos mangás e animes mais marcantes de sua época, conquistando milhares de fãs ao redor do mundo. Kohei Horikoshi criou um universo onde a cultura heroica japonesa se entrelaça com a grandiosidade dos super-heróis ocidentais. Ganhamos com isso uma trama envolvente e cheia de emoções.
O mangá estreou em 2014, se tornando um fenômeno global, provando que a série shōnen pode ter sucesso ao misturar influências culturais em algo novo. O autor, em 2016, durante uma entrevista, explicou que suas inspirações pessoais moldaram My Hero Academia desde o início.
O mangá pode parecer um shōnen clássico, mas suas raízes transcendem fronteiras. Horikoshi não esconde de ninguém que sempre gostou dos quadrinhos americanos, filmes de sucesso e cinema kaiju.
Essas influências guiaram discretamente sua narrativa e a construção dos personagens no desenvolvimento de um projeto de super-heróis com alcance internacional.
O fascínio pelo Homem-Aranha e Stan Lee gerou novas ideias
Kohei Horikoshi disse que o filme Homem-Aranha, de 2002, dirigido por Sam Raimi, é responsável pela sua fascinação pelos quadrinhos americanos. “Super-heróis japoneses (como Ultraman e Kamen Rider) se transformam, mas o Homem-Aranha ainda é Peter Parker dentro do traje”, explicou.
Foi justamente essa diferença que chamou sua atenção, levando-o a se inspirar nos quadrinhos americanos para criar All Might. O autor disse que seu herói favorito é o Spider-Man. Mas ele não nega que também gosta do Venom.
O lema da U.A. High, “Plus Ultra!!”, continua sendo uma das expressões mais emblemáticas de My Hero Academia. Horikoshi admitiu que a escolha foi motivada pelo impacto heroico que a frase transmite. “Ultra é uma palavra familiar para uma série de heróis”, disse ele. Embora não tenha sido tirado diretamente de Stan Lee, ele reconheceu que a frase capturou uma nuance semelhante à famosa frase “Excelsior” de Lee.
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Como Star Wars moldou o relacionamento entre mentores e alunos
Horikoshi também citou Star Wars como base para a construção de seu mundo e arcos de personagens. Ele preencheu seus cenários com trocadilhos sobre os planetas de Star Wars e até buscou capturar a energia intensa da Cantina em cenas de vilões. “Influenciou fortemente a maneira como desenho as relações entre humanos e professores e alunos”, explicou, destacando seu poder além do espetáculo.
Embora super-heróis ocidentais foram o ponto de partida para dar início ao projeto, as influências japonesas de Horikoshi permaneceram essenciais para a criação. Ele também admitiu gostar muito dos filmes de Godzilla e Gamera da era Heisei, relembrando suas idas ao cinema na infância.
As estantes de seu estúdio exibiam figuras de kaiju como Destoroyah e Legion entre os heróis dos quadrinhos. Essa mistura de inspirações enriqueceu My Hero Academia, dando aos seus vilões e monstros uma aura cinematográfica enraizada nas tradições de efeitos especiais de Hollywood e do Japão.
Horikoshi admitiu que sua estética visual foi profundamente moldada pelos mangás. Ele também disse que sua maior influência foi Yuki Noshita, que ele considera a expressão máxima da arte no gênero shōnen.