Dragon Ball sempre foi conhecido por suas lutas épicas, transformações de tirar o fôlego e vilões com poderes absurdos. Mas o que muita gente esquece — ou simplesmente subestima — é o talento de Akira Toriyama para o humor nonsense.
E não, não estamos falando de uma ou duas piadinhas soltas no meio da pancadaria, mas sim de explicações completamente hilárias e inesperadas para coisas que, à primeira vista, pareciam super sérias.
Um ótimo exemplo disso é a origem dos poderes de Burter, o “mais rápido do universo”, membro da temida Força Ginyu. Ele é aquele personagem que se gaba de sua velocidade e encara até Vegeta como se fosse um amador. Mas, por trás dessa pose de durão, o que se esconde é… um trauma doméstico bem peculiar.
Quando o medo da mãe vira superpoder
Sim, você leu certo. Segundo Toriyama, o que fez Burter treinar tanto sua velocidade não foi a ambição, nem o orgulho ou a competição — foi o medo de levar bronca (e até uns tapas) da própria mãe.
Quando criança, Burter era encarregado de fazer quase todas as tarefas da casa, mas vivia se atrasando para preparar o jantar. Resultado? Levava uns tapinhas na cabeça da mãe impaciente.
Parece absurdo? É porque é mesmo — mas essa é justamente a graça. Toriyama nunca teve medo de rir dos próprios personagens, mesmo dos mais ameaçadores. Ao revelar essa origem, o autor transformou o “velocista” da Força Ginyu em mais uma peça do quebra-cabeça cômico que é Dragon Ball.
E convenhamos: faz todo o sentido dentro do universo de Toriyama, onde guerreiros planetários se enfrentam aos gritos, mas também se distraem com piadas e situações ridículas.
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Humor e ação: a fórmula que fez Dragon Ball eterno
Mas essa não foi a única vez que o criador da série equilibrou ação e comédia. Desde o início, Toriyama sempre misturou os dois gêneros com maestria.
Lá no começo de Dragon Ball, quando Goku era criança, a série era praticamente uma comédia de aventura. Já na fase Z, a ação tomou conta — mas o humor nunca saiu de cena completamente.
Quem não lembra de Goku mordendo o rabo de Freeza para escapar de uma luta mortal? Ou Yamcha repetindo sua icônica pose de derrota até mesmo em jogos de beisebol em Dragon Ball Super?
É essa habilidade de rir no meio do caos que fez Dragon Ball se destacar entre tantos outros shōnens. Toriyama sabia exatamente quando quebrar a tensão com um momento bobo — e fazia isso com um timing perfeito.
O legado de Toriyama vai além das lutas
Akira Toriyama pode ter criado algumas das batalhas mais intensas da história dos animes, mas seu verdadeiro talento estava na construção de um universo onde tudo podia acontecer.
Onde o guerreiro mais rápido do universo podia ter medo da mãe, e onde o salvador da Terra podia resolver problemas com uma mordida. Nada era sagrado demais para não virar piada — e isso só tornou a história mais humana, mais divertida e, claro, mais memorável.
No fim das contas, Dragon Ball é isso: uma montanha-russa entre o épico e o absurdo, entre o combate e o riso. E enquanto muitos autores tentam se levar a sério demais, Toriyama sempre entendeu que às vezes, o que faz um herói — ou um vilão — inesquecível, é justamente o toque de comédia no momento mais inesperado.