O mercado de animes está em constante expansão, quebrando recordes de audiência e conquistando cada vez mais fãs pelo mundo. Mas nem tudo são flores no cenário global. A China, um dos maiores mercados consumidores de anime, decidiu endurecer ainda mais suas políticas de censura, e o motivo… surpreendeu até os estúdios japoneses mais experientes.
Mas calma, antes de achar que tudo será proibido de uma hora pra outra, vamos entender melhor o que está acontecendo — porque sim, o buraco é mais embaixo.
A censura da China ficou mais rígida — mas o critério mudou
De acordo com um artigo recente publicado pelo site japonês Mantan Web, a China está vetando animes que abordem certos temas considerados “sensíveis”, como romances entre adolescentes do ensino médio e, ainda mais polêmico, qualquer tipo de narrativa que envolva confrontos contra governos — mesmo que sejam fictícios.
E isso é curioso, porque animes com esse tipo de abordagem sempre existiram, mas só agora estão entrando no radar das autoridades chinesas. Sagas como Code Geass, por exemplo, são conhecidas justamente por apresentar rebeliões contra o poder central. Já outros, como Boku no Kokoro no Yabai Yatsu e até mesmo Sailor Moon, entram na lista apenas por trazerem romances adolescentes como parte do enredo.
Mas por que a regra da China afeta tanto a indústria?
Simples: a China é um dos maiores mercados para exportação de animes. Estar “aprovado” para exibição no país significa milhões em receita — não só pela audiência, mas também pelos acordos de licenciamento, vendas de produtos e colaborações.
Mas, com essas novas restrições, muitos títulos que antes eram considerados seguros agora são vistos como “conteúdo de risco”. Isso coloca os estúdios japoneses numa posição delicada: continuam investindo em narrativas autênticas e populares, ou tentam adaptar suas histórias para se encaixar nos padrões chineses?
TV japonesa pode mudar suas prioridades
Outro ponto levantado pelo Mantan Web é que, com a crescente participação das emissoras de TV na produção de animes, os canais estão cada vez mais interessados em obras que possam ser exportadas sem dor de cabeça. Ou seja, conteúdos “limpos”, que não levantem bandeiras polêmicas e passem facilmente pelos filtros de censura internacionais.
Mas isso levanta uma preocupação real: será que essa busca por “animes seguros” pode sufocar a liberdade criativa da indústria? Pode parecer exagero, mas não é. Afinal, muitos dos maiores sucessos dos últimos anos surgiram exatamente por abordar temas delicados com profundidade, mesmo que envolvessem adolescentes apaixonados ou rebeldes lutando por justiça.
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E o futuro? Ainda é incerto, mas…
Ainda não está claro se as novas regras da China se aplicarão a animes já lançados ou apenas às novas produções. Mas o simples fato de obras populares estarem na mira já está fazendo com que produtores repensem o conteúdo que está por vir.
E o impacto pode ir além do entretenimento. Estamos falando de bilhões de ienes movimentados por ano, contratos internacionais e até investimentos em estúdios e plataformas de streaming. Em outras palavras: é uma questão cultural, mas também financeira.
A decisão da China de censurar animes por motivos como romance adolescente ou rebelião política parece, à primeira vista, exagerada. Mas quando olhamos o tamanho da influência desse mercado, entendemos por que o assunto está sendo tratado com tanta seriedade pela indústria japonesa.
No fim das contas, o mundo dos animes sempre foi sobre contar histórias únicas, mesmo que ousadas. Mas agora, essas histórias precisam passar por mais filtros — e isso pode mudar muito mais do que a gente imagina.